Os ovários são dois órgãos que ficam um de cada lado do útero. Sua função é expelir óvulos e produzir os hormônios Estrógeno, progesterona e os androgênios (substâncias similares a testosterona), que por sua vez são controlados por outros dois hormônios da hipófise, o folículo estimulante (FSH) e o luteinizante (LH), os quais são importantes para o desenvolvimento dos folículos e na regulação da ovulação.
Os ovários, quando normais, podem causar, no máximo, um ligeiro desconforto quando da ovulação, porém, quando alterados, podem até atrapalhar a mulher de engravidar.
Você sabia que entre 20% e 30% das mulheres podem desenvolver cistos nos ovários? Que existe uma grande diferença entre cisto ovariano e ovário policístico? E que existem cistos que surgem e desaparecem espontaneamente?
Pois é, os cistos mais comuns são os cistos funcionais, ou seja, aqueles formados a partir do funcionamento normal dos ovários e que aumentam e regridem com a variação do ciclo, sem que a mulher os perceba. Como estes cistos são formados durante o processo de ovulação, raramente ocorrem em mulheres na menopausa ou em crianças.
O cisto ovariano refere-se a uma pequena coleção de líquido que aparece em um ou em ambos os ovários, podendo causar discreta dor em um lado na região baixa do abdômen, sem relação com a menstruação. Ele não provoca obesidade, nem alterações hormonais e menstruais e, muitas vezes, é descoberto por acaso durante a realização de um ultra-som de rotina ou mesmo durante uma cesárea.
Os cistos ovarianos de diâmetro inferior a 60 milímetros podem ser tratados clinicamente com o uso de anovulatórios orais. Por outro lado, aqueles de tamanho igual ou superior a 60 milímetros têm de ser retirados cirurgicamente por laparotomia, de preferência, ou por laparoscopia, desde que o cisto não seja muito grande nem a paciente obesa.
Ao contrário do cisto ovariano, a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), uma das principais causas da dificuldade para engravidar, é uma doença na qual os ovários aumentam de tamanho e contêm várias bolsas cheias de material líquido ou semi-sólido.
Também conhecida como Síndrome de Stein-Leventhal, ela é acompanhada de intensas e complexas anormalidades hormonais e também de alterações físicas, que são, ao mesmo tempo, causa e consequência desta doença.
A SOP acomete mulheres de todas as idades, porém ocorrem com mais frequência em mulheres em idade reprodutiva e entre 30 e 40 anos, mas também afeta meninas durante a puberdade, mesmo antes de surgir a menstruação.
Ainda não foi estabelecida a causa específica da SOP, mas sabe-se que 50% das mulheres com essa doença têm hiperinsulinismo e o restante apresenta problemas no hipotálamo, na hipófise, nas supra-renais e produz maior quantidade de hormônios masculinos, ao ponto de, em certos casos, surgirem características masculinas.
Na prática, a SOP é multiforme, isto é, assume várias formas, desde a assintomática, em torno de 90% dos casos, passando pela mais leve, com poucos sintomas, até a mais acentuada, com todas as alterações citadas anteriormente manifestando-se simultaneamente.
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